quinta-feira, 24 de julho de 2008

HIPERTEXTO: O QUE É? - Ativ.2/Dist/1ªparte

Hipertexto
compilado por Helenara da Rosa, EEEF Cândida

"O hipertexto é um texto com conexões. Não é uma idéia nova. Cada vez que se escreve e se acrescenta referências, notas de rodapé, índice, implica que o leitor não precisa fazer uma leitura linear, podendo seguir o que mais gosta". (MARTÍNEZ)

"É um conjunto de nós por conexões. Os nós podem ser palavras, páginas, imagens, gráficos, ou parte de gráficos, seqüências sonoras, documentos complexos que eles mesmos podem ser hipertextos. Navegar em um hipertexto significa, portanto, desenhar um percurso em uma rede que pode ser tão complicado quanto possível, porque cada nó pode por sua vez, conter uma rede inteira." (LÉVY, 1993)

A aplicabilidade em contexto escolar dos sistemas hipertexto/hipermédia leva à construção de um novo paradigma educacional, em prol de uma nova performance de aprendizagem apresentando "contextos múltiplos, códigos múltiplos e usando diferentes perspectivas" (TERGAN, 1997)

(1) HIPERTEXTOS
Hipertexto é uma cadeia de textos interligados entre si por meio de palavras sublinhadas e coloridas que são chamadas links. Cada palavra marcada, destacada, possui um vínculo com outro documento. Ao clicar nesses links, o usuário de Internet terá acesso a outro texto, que trará maiores informações a respeito da palavra sublinhada ou colorida. O usuário pode "se movimentar" de um documento para outro desses links. Desta forma, o processo de leitura torna-se não linear. Dúvidas podem ser resolvidas no instante em que aparecem, sem a necessidade de procurar referências. Enfim, conforme a leitura das informações vai sendo feita, você "mergulha" nas informações relacionadas. O autor de hipertextos Michael Joyce divide os hipertextos em dois tipos: Hipertextos Exploratórios e Hipertextos Criadores. Os Hipertextos Exploratórios oferecem recursos de navegação que ajudam ao usuário a localizar e a coletar informação "facilitando a exploração do espaço informacional." Apesar do usuário/leitor construir a sua própria leitura escolhendo qual fonte de informação utilizar, ele permanece no que John Mac Daid chama "audience mode", ou seja, os caminhos que o leitor usa são explicitamente determinados pelo autor e o leitor não pode criar novos links ou novos caminhos através de textos já lidos. Já nos Hipertextos Criadores, o leitor/usuário pode escolher ativamente os links que formam o seu texto (ao invés de simplesmente seguir links pré-determinados) criando assim, novos hipertextos. Os Hipertextos Criadores necessitam que o leitor interfira ativamente criando, mudando, produzindo novas versões de caminhos, vínculos, agindo não só na construção do seu hipertexto como influenciando o processo de formação da estrutura do Hipertexto que ainda não existe. Segundo Douglas Eyman, os Hipertextos Criadores são um bom exemplo das teorias contemporâneas do Pós-Estruturalismo Literário promovido por teóricos como Julia Kristeva, Roland Barthes, Michael Foucault, and Mikail Bakhtin. (Texto de André Mendes)

(2) Hipertexto
Você pode não ter a mais remota idéia do que quer dizer Hipertexto, mas, se navega na internet, certamente já se deparou com milhares de exemplos. Tente se lembrar de um texto que tenha lido on-line. Lembra de umas palavrinhas sublinhadas que se fossem clicadas levariam a uma nova página? Pois é. Esse é o Hipertexto e as palavrinhas sublinhadas são chamadas de links ou hiperlinks O termo Hipertexto surgiu com o designer de softwares Ted Nelson, para definir uma escrita não seqüencial, que possibilita ao leitor diversos caminhos para ler um mesmo texto eletrônico. Alguns afirmam que o hipertexto veio muito antes do primeiro computador. Afinal notas de rodapé ou anotações anexas de esclarecimento em livros antigos já permitiam uma leitura não linear. As anotações de Leonardo Da Vinci, por exemplo, eram repletas de referências que levavam a outras notas. Em 1945, o matemático Vannevar Bush em seu artigo "As We May Think", registrava a preocupação em armazenar e organizar dados para permitir que outros pudessem acessar várias fontes de informação de uma forma rápida e prática.
O Hipertexto tornou-se mas popular nos meios eletrônicos em 1987, quando a Apple distribuía em seus computadores Macintosh o Software Hypercard que permitia a criação de links entre fichas contendo textos ou imagens Texto condensado da revista Super interessante - Edição especial "Educação Digital" - Abril 2001


(3) HIPERTEXTO/HIPERMÉDIA E AUTONOMIA NO ENSINO
O acesso a fontes de informação infinitamente aumentada trará mutações fundamentais e pesará na estrutura social modificando as modalidades de apropriação do conhecimento. Segundo Lennon e Hermann (1994), a aprendizagem assistida por computador 'é um mero início', pois acreditam que "as técnicas de ensino irão mudar muito mais radicalmente e muito mais nos próximos dez anos" (p.5).

Tais predições abalam os papéis de pai e de docente, na medida que o conhecimento irá perder o conforto de uma tradição. Por um lado, os pais “querem absolutamente que os miúdos aprendam a mesma coisa que eles trinta anos antes". (Nora, 1995, p.33); por outro, os professores resistem à necessidade de permanente atualização do sistema educativo perante esta nova relação com o conhecimento.

Ao enfatizar o uso das tecnologias hipertexto/hipermédia na aquisição de saberes, e face à evolução desmedida da técnica que não nos deixa tempo de reflexão sobre a qualidade dessa mesma evolução, urge ponderar sobre a qualidade dos documentos hipertexto/hipermédia pois "alguns hipermédia são um autêntico insulto à inteligência do utilizador" (Castellary, 1997, p.8).

Perspectivando o futuro do hipertexto como uma tecnologia educativa, implica que haja uma ruptura com o esquema de feitura do livro, onde se destaca o autor (escritor) como principal percursor. É necessário inverter a ideia que "a maior parte dos CD-ROM são títulos de divertimento mal disfarçados em produtos educativos" (Nora, 1995, trad. s. d., p.34), que "são fabricados por programadores e a própria noção de ensino está aí totalmente ausente" (ibidem). A produção de um documento hipertexto/hipermédia com qualidade educativa desejável necessita da confluência de saberes de vários domínios, logo, o empenho de vários peritos: o professor na apresentação do conteúdo educativo a abordar, o programador para a linguagem informática, o design na criação de uma configuração estimulante, um perito em audiovisuais, porque o hipermédia tem uma linguagem audiovisual...

(4) Hipertexto: Caminhos e descaminhos do labirinto eletrônico
Maria Helena Pereira Dias (Doutorado)
Orientadora: Prof. Dra. Ana Maria Faccioli de Camargo
Fonte Financiadora: CNPq
O presente estudo tem como objetivo refletir e buscar respostas às perguntas que nos acodem ao entrar em contato com uma linguagem nascente, aquela usada na comunicação através do hipertexto, concretizada na Internet. O trabalho procurará apresentar tal linguagem que propicia uma nova forma de escrever e ler, abre caminhos para uma escritura-leitura não linear, em que cada palavra motivadora pode ser um elo ("link") para um novo texto ou imagem, para uma história sobre o mesmo assunto sob novo enfoque. Enquanto vinculado a um recurso tecnológico específico - o computador – o hipertexto nos demanda respostas a diferentes ordens de indagações: · de ordem técnica, para as quais as respostas são facilmente encontradas, posto que a informática vem sendo objeto sobre o qual se debruçam muitas pesquisas; · de ordem pedagógica, cujas respostas se relacionam à aplicabilidade e à mediação do computador para a transmissão de conteúdos educacionais e, neste sentido, há não só a preocupação como "saber usar", o adequar o meio tecnológico à escola e vice-versa, mas também com as implicações das mais variadas ordens que tal adequação invariavelmente supões; · indagações relacionadas à sua posição enquanto produto cultural que se situam no campo do "saber fazer" e questionam o hipertexto enquanto nova forma de escrita e leitura. Assim, no que tange ao hipertexto, é na confluência entre as preocupações com o "saber usar" e o "saber fazer", esta última centrada nas possíveis relações com a teoria crítica contemporânea que o trabalho se situa e se concretizará.

Um comentário:

Linux-Grupo 01 disse...

Este conjunto de textos interligados é que tornam a ferramenta atrativa, pois entre- linhas as informações mostram-se mais completas em outros documentos, quando clicamos no hiperlink, novas conexões são estabelecidas. Para nós não é novidade, mas para muitos de nossos colegas acredito que sim e que estão realizando descobertas, que serão colocadas em prática lá na escola com os colegas que ficaram.
Margarete Curto Schütz
NTE- Cachoeira do Sul